Patty - a minha melhor história
Quando eu tinha 3 anos, uma tarde de domingo, acho eu, uns parentes da minha mãe vieram de visita a minha casa.
Naquela tarde de primavera, fomos recebê-los de boas vindas e aí vi uma cachorrinha tão querida, fofinha, pequenina, linda e pretinha. Naquela altura eu era muito mimado e conseguia tudo o que queria e, ao ver a cachorrinha, decidi que a queria para mim, a minha irmã também queria a cachorrinha mas o mais difícil foram os meus pais porque não queriam ter muito trabalho nem ter muitas despesas.Eu e a minha irmã insistimos muito junto da minha mãe porque era a mais fácil de convencer do que o meu pai.
Então a minha mãe, como sempre, de coração mole, deixou-nos ficar com ela, mas com a condição de sermos nós a tratar dela. Eu e a minha irmã concordámos,e saímos de casa a correr para o quintal, pegá-la e abraçá-la.
Por volta desse dia em que recebi a minha cachorrinha, foi uma fase muito feliz da minha vida, sempre quis um cachorro para montar (naquela altura não sabia que os cockers não eram grandes como os rottwillers ou boxers) e sempre ia atrás dela, nunca a deixava em paz, quando era chegada a hora de dormir, pegava-a e punha-a em cima da minha cama, mas o problema é que a minha irmã também queria e, às vezes, a minha mãe não tinha pachorra para as nossas discussões e não nos deixava ficar com ela, eu sempre a abraçava como se fosse um boneco.
Para ser sincero não me lembro porquê ou como, ou de onde veio mas demos-lhe o nome de Patty.
Quando entrei para pré-primaria, todos os dias o meu pai levava-me à escola e eu levava a minha cadela para dentro do carro, assim que chegava à escola o meu pai entrava comigo e eu levava a minha Patty para dentro da escola e exibia a minha cadela aos meus amigos, ela era muito inteligente e uma querida cadela de estimação. Quando eu estava na escola, só pensava chegar a casa para estar com ela.
Um dia, a minha cachorrinha não estava nos seus dias, e eu apertava-a demasiado e não me apercebia que ela estava nervosa e eu, sem querer, estava a provocá-la, puxando-lhe a mini cauda; tantas fiz que o animalzito acabou por morder na cara da minha irmã e nesta altura comecei a ficar com medo dela. Felizmente, passado uns tempos perdi o medo e voltei a brincar com ela mas com azar. Ela mordeu-me e eu fiquei com um pequeno trauma com cães, os meus pais repetiam que a culpa era minha por estar sempre em cima dela, estava a dar-lhe muita pressão. Acabei por perceberque a culpa tinha sido minha e que não havia motivos para eu estar ressentido, perdoei tudo.
Eu e ela passámos por muitos momentos especiais, tanto como altos e baixos, quando os meus pais se zangavam comigo, eu ia para o quarto chorar e ela vinha ter comigo pulando para cima da minha cama e chamava-me empurrando a minha cabeça com a cabeça dela e lambia-me na testa, o que me fazia impressão porque me causava cócegas, mas ria-me.
Quando comia doces, ela ficava ali a olhar para mim, com uns olhos de coitadinha e ladrava, isso dava-me pena e dividia os meus doces com ela. Eu sempre a via como se fosse uma irmã mais nova. Ela adorava rebolar-se e sempre se deitava com as patas para cima, queria que eu fizesse cócegas na sua barriga. Era uma cadela muito esperta porque aos jantares, eu, a minha irmã e os meus pais falávamos por gestos, a minha cadela sabia que nós éramos surdos e ficava a olhar para nós e chamava-nos tocando nos nossos braços com a pata dela. Até que um dia a minha mãe se fartou, não aguentava mais as sujidades que ela fazia dentro de casa, mandou-a para o quintal e fiquei triste, desde aí comecei a perder a atenção dela, ela ali ficava sozinha sem ninguém para brincar com ela, eu não reparava mas aos poucos ela perdeu a visão, a audição e metade do seu olfacto.
Há pouco tempo alguém deixou a porta aberta, e ela fugiu, quando me apercebi da sua fuga, senti o maior medo da minha vida, só queria encontrá-la. Fui procurar por todos os sítios em volta da minha casa durante horas e horas. Foi neste momento que percebi que não dei muito valor a um ser que me era especial, senti-me muito mal e fiquei muito em baixo, os meus pais avisaram outros moradores vizinhos, e eu só ficava no meu quarto a pensar que a culpa era minha, se tivesse dado atenção nada disso teria acontecido. Arrependi-me totalmente por não ter dado valor ao que me era tão importante.Uma noite, tocaram à campainha da nossa casa, era o dono de um café que a tinha encontrado. De imediato, logo que percebi, fui a correr lá para baixo, queria pegar-lhe. E foi o que fiz. Peguei-lhe com toda a minha força. Embora toda suja, eu só chorava de felicidade, agradecemos ao senhor e levei-a para dentro de casa, ela estava toda molhada, tremia muito e eu dei-lhe água e ração. Eu sentia-me mal ao vê-la daquele jeito.
Tentei convencer a minha mãe para a deixar ficar em casa outra vez, infelizmente ela não deixou. Fiz-lhe a companhia possível, durante os momentos possíveis.
Desde esse dia, tenho-lhe dado toda a atenção que posso, ela pode estar velhinha e tudo, mas de coração ainda é muita jovem, ela adora brincar muito, tem muito amor acumulado no coração. Após estes anos todos, mesmo apesar da perda de visão e audição, vejo que sofre mas até parece que ela faz de conta que ainda é uma criancinha. Ela é o meu orgulho, é aminha maninha mais nova, que eu amo, e só de pensar que um dia, mais tarde ou mais cedo, vou perdê-la,me dá um aperto no coração e vou logo ter com ela.
Não sei se é a minha melhor história, mas a história mais essencial para mim é, sem dúvida!
Naquela tarde de primavera, fomos recebê-los de boas vindas e aí vi uma cachorrinha tão querida, fofinha, pequenina, linda e pretinha. Naquela altura eu era muito mimado e conseguia tudo o que queria e, ao ver a cachorrinha, decidi que a queria para mim, a minha irmã também queria a cachorrinha mas o mais difícil foram os meus pais porque não queriam ter muito trabalho nem ter muitas despesas.Eu e a minha irmã insistimos muito junto da minha mãe porque era a mais fácil de convencer do que o meu pai.
Então a minha mãe, como sempre, de coração mole, deixou-nos ficar com ela, mas com a condição de sermos nós a tratar dela. Eu e a minha irmã concordámos,e saímos de casa a correr para o quintal, pegá-la e abraçá-la.
Por volta desse dia em que recebi a minha cachorrinha, foi uma fase muito feliz da minha vida, sempre quis um cachorro para montar (naquela altura não sabia que os cockers não eram grandes como os rottwillers ou boxers) e sempre ia atrás dela, nunca a deixava em paz, quando era chegada a hora de dormir, pegava-a e punha-a em cima da minha cama, mas o problema é que a minha irmã também queria e, às vezes, a minha mãe não tinha pachorra para as nossas discussões e não nos deixava ficar com ela, eu sempre a abraçava como se fosse um boneco.
Para ser sincero não me lembro porquê ou como, ou de onde veio mas demos-lhe o nome de Patty.
Quando entrei para pré-primaria, todos os dias o meu pai levava-me à escola e eu levava a minha cadela para dentro do carro, assim que chegava à escola o meu pai entrava comigo e eu levava a minha Patty para dentro da escola e exibia a minha cadela aos meus amigos, ela era muito inteligente e uma querida cadela de estimação. Quando eu estava na escola, só pensava chegar a casa para estar com ela.
Um dia, a minha cachorrinha não estava nos seus dias, e eu apertava-a demasiado e não me apercebia que ela estava nervosa e eu, sem querer, estava a provocá-la, puxando-lhe a mini cauda; tantas fiz que o animalzito acabou por morder na cara da minha irmã e nesta altura comecei a ficar com medo dela. Felizmente, passado uns tempos perdi o medo e voltei a brincar com ela mas com azar. Ela mordeu-me e eu fiquei com um pequeno trauma com cães, os meus pais repetiam que a culpa era minha por estar sempre em cima dela, estava a dar-lhe muita pressão. Acabei por perceberque a culpa tinha sido minha e que não havia motivos para eu estar ressentido, perdoei tudo.
Eu e ela passámos por muitos momentos especiais, tanto como altos e baixos, quando os meus pais se zangavam comigo, eu ia para o quarto chorar e ela vinha ter comigo pulando para cima da minha cama e chamava-me empurrando a minha cabeça com a cabeça dela e lambia-me na testa, o que me fazia impressão porque me causava cócegas, mas ria-me.
Quando comia doces, ela ficava ali a olhar para mim, com uns olhos de coitadinha e ladrava, isso dava-me pena e dividia os meus doces com ela. Eu sempre a via como se fosse uma irmã mais nova. Ela adorava rebolar-se e sempre se deitava com as patas para cima, queria que eu fizesse cócegas na sua barriga. Era uma cadela muito esperta porque aos jantares, eu, a minha irmã e os meus pais falávamos por gestos, a minha cadela sabia que nós éramos surdos e ficava a olhar para nós e chamava-nos tocando nos nossos braços com a pata dela. Até que um dia a minha mãe se fartou, não aguentava mais as sujidades que ela fazia dentro de casa, mandou-a para o quintal e fiquei triste, desde aí comecei a perder a atenção dela, ela ali ficava sozinha sem ninguém para brincar com ela, eu não reparava mas aos poucos ela perdeu a visão, a audição e metade do seu olfacto.
Há pouco tempo alguém deixou a porta aberta, e ela fugiu, quando me apercebi da sua fuga, senti o maior medo da minha vida, só queria encontrá-la. Fui procurar por todos os sítios em volta da minha casa durante horas e horas. Foi neste momento que percebi que não dei muito valor a um ser que me era especial, senti-me muito mal e fiquei muito em baixo, os meus pais avisaram outros moradores vizinhos, e eu só ficava no meu quarto a pensar que a culpa era minha, se tivesse dado atenção nada disso teria acontecido. Arrependi-me totalmente por não ter dado valor ao que me era tão importante.Uma noite, tocaram à campainha da nossa casa, era o dono de um café que a tinha encontrado. De imediato, logo que percebi, fui a correr lá para baixo, queria pegar-lhe. E foi o que fiz. Peguei-lhe com toda a minha força. Embora toda suja, eu só chorava de felicidade, agradecemos ao senhor e levei-a para dentro de casa, ela estava toda molhada, tremia muito e eu dei-lhe água e ração. Eu sentia-me mal ao vê-la daquele jeito.
Tentei convencer a minha mãe para a deixar ficar em casa outra vez, infelizmente ela não deixou. Fiz-lhe a companhia possível, durante os momentos possíveis.
Desde esse dia, tenho-lhe dado toda a atenção que posso, ela pode estar velhinha e tudo, mas de coração ainda é muita jovem, ela adora brincar muito, tem muito amor acumulado no coração. Após estes anos todos, mesmo apesar da perda de visão e audição, vejo que sofre mas até parece que ela faz de conta que ainda é uma criancinha. Ela é o meu orgulho, é aminha maninha mais nova, que eu amo, e só de pensar que um dia, mais tarde ou mais cedo, vou perdê-la,me dá um aperto no coração e vou logo ter com ela.
Não sei se é a minha melhor história, mas a história mais essencial para mim é, sem dúvida!
Sem comentários:
Enviar um comentário